sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Amanda

Tarde. Frio. Ela andava pela casa agitada e com uma preocupação peculiar. Ele poderia estar em qualquer lugar. Montauk era fria naquela época do ano, mais que o normal. Ela ascendeu a lareira e sentou na velha poltrona de mogno. A madrugada já dava adeus quando um cheiro de cigarros e álcool invadiu o ambiente a despertando de seu cochilo acordado.
-... e isso são horas?
Perguntou Margareth num tom intimidador. Recebeu uma resposta pastosa e pseudo filosófica:
- O mundo que conhecemos como nosso não se compara ao mundo que podemos criar em nossa mente.
Logo ele se jogou na cama, depois de mais um trago numa semi-cheia garrafa de Uísque vagabundo que guardava na gaveta de cuecas.
Era dia. Já passava de meio-dia na verdade, e ele ainda estirado na cama. Robert era seu nome, Rob para quase todos. Margareth era sua mãe, tinha 35 anos, fumava cigarros de menta escondida, e o teve com apena s 15 anos. A infância difícil contribuiu para os distúrbios psicológicos. Os remédios de nada adiantavam quando tomados junto a uma dose de Vodca. O único refugio que ele tinha era se embebedar noite após noite. Pequenos furtos semanais na bolsa de Margareth e amigos bancavam o estilo de vida, digamos, alternativo.
Ele não sabia bem que dia era, pra ele não interessava muito, se guiava pela movimentação do Pub, que era intensa nos fins de semana. Era uma noite como outra qualquer. La estava ele, sentado em uma das mesas, acompanhado daqueles que ele chamava de amigos. Uma menina nova apareceu por la. Quase nenhuma era fixa. Visitas exporadicas de moças de índole duvidosa o garantia sexo, as vezes. Robert era bonito, chamava a atenção das passantes.
Ela estava sozinha, sentada junto ao balcão, seus fios vermelhos, artificiais, refletiam a pouca luz do ambiente. Logo ele sentou ao lado dela, e quando viu seu rosto se arrependeu de não ter um emprego. Como ele queria poder pagar um drink pra ela. O arrependimento durou 5 segundos.
Depois da Longa conversa e da troca de sorrisos, estranhou não ter ido pra cama com ela, apesar de ter sentido algo diferente aquela noite.
Chegou em casa surpreendentemente sóbrio e feliz naquela noite, Margareth achou estranho. Era sábado e ele tinha marcado com Amanda no Domingo. Ela vivia no campus da falculdade onde cursava psicologia, perto dali. Era tudo que ele sabia. Por enquanto.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Mark Koffman - Factótum Juvenil - Capitulo 1/Parte 2: Elizabeth

"Mas que cara mais abobalhada é essa Mark?" Perguntou o Avô,que no auge dos seus 73 anos, queria saber de tudo sobre a vida de todos, "Nada, a Aula foi boa" Sorriu timidamente o menino, enquanto se dirigia pro quarto. Lá era onde ele se refugiava, onde ele podia fazer o que bem entendia na sua maquina de escrever, ser quem ele queria ser com seus livros e viciar seu organismo com o café. Sentado à horas em frente a maquina, Mark já não sabia se era Tarde ou Noite, ou madrugada, levantou sorrateiramente e espiou o corredor, ouviu um som de musica clássica la ao fundo, o Avô ainda estava acordado, olhou no velho Relógio Cuco e se surpreendeu com as 18:00."Ainda da tempo pra uma caminhada e uma leitura pelo Bosque" Pensou ele.
Sentado na beira de um imponente pinheiro, Mark viaja pelo mundo da sua imaginação, quando foi bruscamente interrompido por uma risada aguda e familiar. Ele olhou, olhou e não pode acreditar no que viu, era Elizabeth acompanhada da irmã, vindo em sua direção. A irmã de Elizabeth aparentava ter 20 anos, mas já tinha 27 e um filho de 3. Elizabeth surpresa por encontrar o tímido menino, o cumprimentou com uma simpatia que fora estranhada pela irmã minutos depois.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Mark Koffman - Factótum Juvenil - Capitulo 1/Parte 1: Elizabeth

Era Fevereiro, mês em que Mark voltava pra escola, da qual ele sentia tanto asco. Ele queria tanto que pudesse existir uma maneira dele aprender Matemática e Russo sem precisar conviver com aqueles macacos pulguentos que só sabiam o xingar enquanto a negligente professora fingia que não via ou ouvia... Finalmente chegou o tão esperado dia, e la foi Mark, com um sorriso plástico no rosto, pra evitar perguntas, provenientes do Avô, que ele não queria responder. Chegou na escola, e aquilo tudo quase o fez vomitar, amigos se abraçavam enquanto morriam de saudade, a falsidade imperava naquele invólucro social. Mark estava sentado num canto esperando que o sino tocasse, quando viu uma menina nova, aparentava ter sua idade e estava rondando a porta de sua sala, obviamente ele não moveu um músculo, o dia inteiro, para tentar se comunicar com a garota, que como ele suspeitava, era da mesma sala que ele. Depois de um repulsivo 1° dia de aula, atividades falhas de integração social e perguntas bestas com respostas previsíveis de como eles haviam passado o inverno, Mark saiu do colégio e pra sua surpresa a menina que ele olhara no inicio do dia letivo veio se apresentar pra ele com um lápis na mão: "Oi, prazer meu nome é Elizabeth, acho que você esqueceu isso!" Mark a encarou durante uns 5 segundos até responder atrapalhado, de cabeça baixa e com um sorriso sem graça: "Ah, Obrigado" Elizabeth, percebendo a timidez do garoto perguntou sorrindo "Não vai me falar seu nome, Sr. Obrigado?" Mark, mais sem graça ainda ensaiou uma simpatía e disse "Ah, é Mark, Mark Koffman".
Mark voltava pra casa andando, e no caminho não conseguia pensar em outra coisa além do sorriso de Elizabeth...