terça-feira, 21 de junho de 2011

Amélia

Amélia era uma linda menina, carinhosa, feliz e muito leal, não tinha vergonha do nariz, onde cultivava um grande sinal. Amélia era linda, de verdade, mas os pais não conseguiam alcançar sua vaidade, "Oh, essa menina é uma aberração, porque não a doamos e ficamos só com seu Irmão?" o Pai dizia isso a cada dia e tinha um bigode que ele mesmo fazia. Amélia, pobrezinha, mal sabia dos perigos que corria, pois era muitas vezes enganada pela Tia Maria, mulata que lavava roupas de dia, e a noite tecia, Tia Maria assim Dizia "Amelinha, minha filha, quando nasceste seu pai não escondia, a felicidade ao te ver, e a testa cheia de varizes", obviamente de preocupação, a menina seria rejeitada pela sociedade desde então. Todo Domingo ia pro barracão das escolas de samba admirar os artistas, Nada abalava a pobre menina, nem os suspiros de amor que tinha pelo Sambista, Pedro Paixão era seu apelido e Amélia sabia que não teria chances com tal partido, Alto, Forte e Bonito, assim o descrevia para quem assistia seus suspiros todos os dias. Amelinha, baixinha, gordinha, pobrezinha, que peninha, ela mal sabia que Pedro nada disso via quando olhava pra ela sentada no canto, iluminada pela luz do sol que refletia, até o ritmo da dança ele perdia. Certo dia Pedro deixou de lado a timidez e resolveu acabar com isso de vez, chegou em Amélia e um pedido lhe fez "Menina linda, te vejo aqui sentada todos os dias, sei que me olhas esguia, e eu quase não consigo dançar quando vejo a forma que me espias, estou aqui pra te fazer um pedido, me fale seu nome e me deixe ser seu partido", os olhos de Amélia brilhavam como dois pedaços de pêssego em calda, finalmente o amor de sua vida ela encontrava. Tendo ignorado seu nariz eles se casariam, livre de preconceitos, pra sempre felizes eles viveriam, nesse mundo imperfeito...

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Amanda

Tarde. Frio. Ela andava pela casa agitada e com uma preocupação peculiar. Ele poderia estar em qualquer lugar. Montauk era fria naquela época do ano, mais que o normal. Ela ascendeu a lareira e sentou na velha poltrona de mogno. A madrugada já dava adeus quando um cheiro de cigarros e álcool invadiu o ambiente a despertando de seu cochilo acordado.
-... e isso são horas?
Perguntou Margareth num tom intimidador. Recebeu uma resposta pastosa e pseudo filosófica:
- O mundo que conhecemos como nosso não se compara ao mundo que podemos criar em nossa mente.
Logo ele se jogou na cama, depois de mais um trago numa semi-cheia garrafa de Uísque vagabundo que guardava na gaveta de cuecas.
Era dia. Já passava de meio-dia na verdade, e ele ainda estirado na cama. Robert era seu nome, Rob para quase todos. Margareth era sua mãe, tinha 35 anos, fumava cigarros de menta escondida, e o teve com apena s 15 anos. A infância difícil contribuiu para os distúrbios psicológicos. Os remédios de nada adiantavam quando tomados junto a uma dose de Vodca. O único refugio que ele tinha era se embebedar noite após noite. Pequenos furtos semanais na bolsa de Margareth e amigos bancavam o estilo de vida, digamos, alternativo.
Ele não sabia bem que dia era, pra ele não interessava muito, se guiava pela movimentação do Pub, que era intensa nos fins de semana. Era uma noite como outra qualquer. La estava ele, sentado em uma das mesas, acompanhado daqueles que ele chamava de amigos. Uma menina nova apareceu por la. Quase nenhuma era fixa. Visitas exporadicas de moças de índole duvidosa o garantia sexo, as vezes. Robert era bonito, chamava a atenção das passantes.
Ela estava sozinha, sentada junto ao balcão, seus fios vermelhos, artificiais, refletiam a pouca luz do ambiente. Logo ele sentou ao lado dela, e quando viu seu rosto se arrependeu de não ter um emprego. Como ele queria poder pagar um drink pra ela. O arrependimento durou 5 segundos.
Depois da Longa conversa e da troca de sorrisos, estranhou não ter ido pra cama com ela, apesar de ter sentido algo diferente aquela noite.
Chegou em casa surpreendentemente sóbrio e feliz naquela noite, Margareth achou estranho. Era sábado e ele tinha marcado com Amanda no Domingo. Ela vivia no campus da falculdade onde cursava psicologia, perto dali. Era tudo que ele sabia. Por enquanto.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Mark Koffman - Factótum Juvenil - Capitulo 1/Parte 2: Elizabeth

"Mas que cara mais abobalhada é essa Mark?" Perguntou o Avô,que no auge dos seus 73 anos, queria saber de tudo sobre a vida de todos, "Nada, a Aula foi boa" Sorriu timidamente o menino, enquanto se dirigia pro quarto. Lá era onde ele se refugiava, onde ele podia fazer o que bem entendia na sua maquina de escrever, ser quem ele queria ser com seus livros e viciar seu organismo com o café. Sentado à horas em frente a maquina, Mark já não sabia se era Tarde ou Noite, ou madrugada, levantou sorrateiramente e espiou o corredor, ouviu um som de musica clássica la ao fundo, o Avô ainda estava acordado, olhou no velho Relógio Cuco e se surpreendeu com as 18:00."Ainda da tempo pra uma caminhada e uma leitura pelo Bosque" Pensou ele.
Sentado na beira de um imponente pinheiro, Mark viaja pelo mundo da sua imaginação, quando foi bruscamente interrompido por uma risada aguda e familiar. Ele olhou, olhou e não pode acreditar no que viu, era Elizabeth acompanhada da irmã, vindo em sua direção. A irmã de Elizabeth aparentava ter 20 anos, mas já tinha 27 e um filho de 3. Elizabeth surpresa por encontrar o tímido menino, o cumprimentou com uma simpatia que fora estranhada pela irmã minutos depois.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Mark Koffman - Factótum Juvenil - Capitulo 1/Parte 1: Elizabeth

Era Fevereiro, mês em que Mark voltava pra escola, da qual ele sentia tanto asco. Ele queria tanto que pudesse existir uma maneira dele aprender Matemática e Russo sem precisar conviver com aqueles macacos pulguentos que só sabiam o xingar enquanto a negligente professora fingia que não via ou ouvia... Finalmente chegou o tão esperado dia, e la foi Mark, com um sorriso plástico no rosto, pra evitar perguntas, provenientes do Avô, que ele não queria responder. Chegou na escola, e aquilo tudo quase o fez vomitar, amigos se abraçavam enquanto morriam de saudade, a falsidade imperava naquele invólucro social. Mark estava sentado num canto esperando que o sino tocasse, quando viu uma menina nova, aparentava ter sua idade e estava rondando a porta de sua sala, obviamente ele não moveu um músculo, o dia inteiro, para tentar se comunicar com a garota, que como ele suspeitava, era da mesma sala que ele. Depois de um repulsivo 1° dia de aula, atividades falhas de integração social e perguntas bestas com respostas previsíveis de como eles haviam passado o inverno, Mark saiu do colégio e pra sua surpresa a menina que ele olhara no inicio do dia letivo veio se apresentar pra ele com um lápis na mão: "Oi, prazer meu nome é Elizabeth, acho que você esqueceu isso!" Mark a encarou durante uns 5 segundos até responder atrapalhado, de cabeça baixa e com um sorriso sem graça: "Ah, Obrigado" Elizabeth, percebendo a timidez do garoto perguntou sorrindo "Não vai me falar seu nome, Sr. Obrigado?" Mark, mais sem graça ainda ensaiou uma simpatía e disse "Ah, é Mark, Mark Koffman".
Mark voltava pra casa andando, e no caminho não conseguia pensar em outra coisa além do sorriso de Elizabeth...

domingo, 30 de janeiro de 2011

Prólogo: Mark Koffman - Factótum Juvenil

"Eis aqui finalmente, por assim dizer uma nova tentativa, que por sua vez toma o lugar da antiga, digo-lhes isso as 5:47 da manha. Dai você curioso, indaga minha pessoa sobre o motivo, a razão, o porque de eu, a pessoa em questão, estar acordado a essa hora da manha. Eu por minha vez respondo-lhe caro leitor, dormi apenas 3 horas na noite que antecedeu o dia de hoje, acordei 9:30 da manha, portanto fiquei o dia todo cambaleando de sono pela casa, e dormi de 4 da tarde até 1 da manha, logo, eis-me aqui, degustando um café e escutando a Neve cair sobre o telhado de Zinco. Nada mais me resta, a não ser colocar um compacto dos Beatles pra tocar e tentar escrever-lhe algo. Comecei a escrever esse prolixo texto com a ideia inicial de contar-lhes alguma coisa, que já não faz mais parte do meu consciente, em outras palavras, esqueci completamente. Bom, deixa eu contar um pouco da minha vida... Não que isso interesse a você, claro que não interessa, pois minha vida é chata e sem graça, mas eu não tenho absolutamente nada pra fazer, então vou ficar escrevendo..."
E Foi assim que Mark começou sua tentativa de escrever uma biografia, mas logo se deu conta da prolixidade do seu texto e de que tinha apenas 14 anos, e desistiu. Num rompante levantou-se da cadeira que defrontava a antiga maquina de escrever do seu Avô Ingo, pegou seu casaco e saiu, ele queria andar, respirar o gélido ar da floresta... Era inverno na Suécia, e a neve caia, dando as árvores e a grama uma camada fina de gelo por cima das folhas, Mark desbravando a floresta em meio a árvores e arbustos pensou que aquilo era a paisagem perfeita para abrir o vinho que roubara de seu avô, e assim o fez. O avô de Mark, Ingo Koffman, tinha o criado junto com sua mãe desde que o pai veio a falecer, era veterano de guerra, um típico Alemão rígido, viciado em musica clássica, vinhos e livros. Mark não tinha amigos, ele estudava em um colégio Militar, o mesmo que Seu pai, o falecido Major Koffman, tinha estudado. Ele se achava tão a frente do seu tempo, se achava tão mais maduro do que os companheiros de classe, mas o que o fazia melhor? uma historia de vida sofrida? sem pai, criado pela mãe e pelo avô, educação rígida, os únicos companheiros que Mark tinha eram os livros, que ele devorava sem dó, lia entre 2 e 3 por mês, havia visitado inúmeros países com a sua mente.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Um Olhar superficial sobre coisas that make me feel...

sombras de esperança preenchem o invólucro
você não sabe ganhar, mas insiste em saber perder
o super que é interpretado como o nada
não consegue envolver teus pensamentos

Saia voando daqui
pare de de me dominar
você tem pra onde ir
e eu vou ter que matar

todos os monstros que vivem
ainda não existe o saber
minha vida parece um trem
e a única certeza é você

isso me soa muito difícil
quando colocado os pingos
mas não esqueça do abismo
compondo pensamentos híbridos

a complexidade se expõe prolixamente
isso na verdade é só mais uma tentativa
das frustradas de entrar na sua mente
tente entender por meio dessa narrativa

(Daniel Nobre)